Especialista
Gabriela Álvares Pereira
Psicóloga clínica e Neuropsicóloga
Quase metade (48%) dos pacientes com bexiga hiperativa sofrem de ansiedade e cerca de um quarto (24%) apresenta sintomas moderados a graves. Os dados são de um estudo publicado na revista especializada Urology no final de 2016 e retratam um dos efeitos secundários mais comuns desta síndrome. A falta de controlo sobre a libertação de urina e o número de idas à casa de banho tem impactos diretos na vida quotidiana, nomeadamente a nível social. Por isso, quem sofre deste problema tende a sentir-se ansioso. Por outro lado, pode gerar-se um efeito de círculo vicioso, em que a ansiedade faz agravar os transtornos no sistema urinário. A solução passa por atuar na causa, tratando a bexiga hiperativa com o indispensável acompanhamento médico. No entanto, esta abordagem pode ser complementada por estratégias que permitem reduzir a ansiedade.
Ansiedade: aprenda a reconhecê-la
A nível físico, a ansiedade manifesta-se através de suores, tremores, tonturas, aumento da pressão arterial e do batimento cardíaco. Também podem ser sinais de ansiedade a existência de pensamentos intrusivos recorrentes, estados de tensão ou de preocupação e, até, de fuga a contextos desconfortáveis. Com o passar do tempo, a tendência é para que estes sinais se agudizem, interferindo cada vez mais nas atividades do quotidiano e nas relações interpessoais. É fundamental, por isso, saber lidar com os sintomas. Comece por estas estratégias.
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Respire fundo
Tome consciência da forma como respira. Procure inspirar e expirar lentamente ao longo do dia. Num pico de ansiedade, faça um esforço para contrariar a respiração superficial.
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Conte até 10
Se começar a tremer ou a transpirar ou tiver outro sintoma de ansiedade, respire e conte até 10. Se for preciso, continue até ao número 20 e depois conte em sentido inverso, de 20 para trás.
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Reserve tempo para atividades de lazer
Oiça música, faça ioga ou meditação ou aprenda técnicas de relaxamento. Os momentos de abstração são essenciais para que possa reunir forças para lidar com situações difíceis.
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Recorra à lavanda
Quer seja em óleo – usado no banho ou numa massagem, por exemplo – ou através de um infusor – aromaterapia –, a lavanda ajuda a diminuir os sinais de ansiedade.
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Limite a ingestão de cafeína e álcool
Restrinja o consumo de café e de bebidas alcoólicas, duas substâncias que favorecem ataques de pânico. Não salte refeições, evite alimentos processados e açucarados e refrigerantes.
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Pratique exercício físico
Praticar exercício físico ajuda a reduzir o stresse. Duas a três vezes por semana é o ideal – escolha uma modalidade de que goste, para se sentir mais motivado.
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Deixe de fumar
Apesar de muitas pessoas acreditarem que o tabaco reduz a ansiedade, os fumadores têm mais probabilidade de desenvolver sintomas, assegura o National Institutes of Health.
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Cuide do seu sono
Durma pelo menos 8 horas por noite e tente deitar-se e acordar sempre à mesma hora. A privação de sono é um dos principais fatores associados à ansiedade.
Quem pratica atividade física tem menos 25% de probabilidade de sofrer de ansiedade
Revisão científica
Gabriela Álvares Pereira, psicóloga clínica e neuropsicóloga
URO/2017/0035/PTh, JAN18
Especialista
Gabriela Álvares Pereira
Psicóloga clínica e Neuropsicóloga