Especialista
Nutricionista no serviço de Cirurgia Geral do Hospital Beatriz Ângelo
Saboroso e com um aroma intenso, o café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e uma das que apresenta maiores teores de cafeína. Segundo a Associação Portuguesa de Nutrição, o seu consumo “tem sido associado a um conjunto de potenciais benefícios para a saúde, entre os quais se pode destacar a redução da sensação de fadiga, o aumento dos níveis de alerta e atenção e a melhoria do raciocínio e memória. Pode ainda ajudar a diminuir o risco de doença de Alzheimer e Parkinson”.
Bom só nas doses certas
Os benefícios do consumo de café devem-se, em grande medida, à presença de cafeína, uma substância com efeito estimulante sobre o sistema nervoso. Em termos técnicos, isto ocorre porque a cafeína tem uma ação antagonista da adenosina, substância que modela o estado de vigília e do sono. Ao bloquear os recetores da adenosina, a cafeína consegue manter o estado de alerta e excitação do organismo. No entanto, em doses elevadas os benefícios passam a malefícios. O consumo excessivo de cafeína (mais de 400 mg ou 5 cafés por dia) pode causar insónias, ansiedade e taquicardia. Quando ingerida após as refeições também pode comprometer a absorção de cálcio e ferro.
Outros alimentos ricos em cafeína
O café não é o único alimento com cafeína. O chocolate, o chá preto ou verde, alguns refrigerantes e bebidas energéticas têm doses significativas. Veja sempre os rótulos.
Teor de cafeína de alguns alimentos:
Produto alimentar | Teor de cafeína (mg) |
Café expresso normal | 74 mg |
Café expresso cheio | 88 mg |
Chá preto (chávena de 220 ml) | 45 a 60 mg |
Chá verde (chávena de 220 ml) | 25 a 40 mg |
Coca-cola (1 lata de 330 ml) | 30 a 35 mg |
Bebida energética (250 ml) | 80 mg |
Chocolate negro (100 g) | 64 mg |
Fontes: International Coffee Organization e Associação Portuguesa dos Nutricionistas
Cafeína e bexiga hiperativa
Sabe-se que certos alimentos e bebidas podem promover a irritabilidade da bexiga e, em algumas pessoas, exacerbar os sintomas associados à síndrome da bexiga hiperativa. A cafeína, em particular, tem um efeito diurético e está associada ao aumento da frequência urinária. Para não exceder a dose diária, lembre-se de contabilizar, além do café, o consumo de chá preto e verde, chocolate e refrigerantes com esta substância.
Alternativas ao café
A moderação e o equilíbrio são a chave para um estilo de vida saudável e este é essencial no tratamento dos sintomas da síndrome de bexiga hiperativa. Considere estas opções:
- Substitua o café por descafeinado ou opte por uma mistura solúvel sem café – com cereais de cevada, aveia, chicória ou centeio.
- Troque o chá preto ou verde por infusões de plantas sem cafeína ou teína, como a camomila, a cidreira ou a hortelã.
- Dê sempre preferência à água em detrimento de outros sumos e refrigerantes.
Tome nota
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URO/2017/0035/PTbp, MAR18